Vida foi feita para se viver
Devemos respeitar a nossa própria vida. Engraçado, por muitas vezes respeitamos o outro, cuidamos dos interesses alheios, favorecemos outros em detrimento de nós. Atos nobres, mas e conosco, como agimos?
Quando falo conosco, falo dessa relação íntima onde avaliamos nossos próprios atos, somos capazes de descrever o nosso próprio sentimento, aprová-los ou reprová-los. Aquilo que suportamos ou não diante do espelho onde reflete um certo “Eu”.
A vida é a capacidade de unirmos experiências a nossa razão, segundo Emmanuel Kant, pensador alemão. Viver e refletir o que se viveu. Saber analisar os fatos e dele tirar proveito sem se deixar levar pela aparência ou excessivas distorções extremas.
Vida nunca é ideal, é real
Logo, a vida pode não ser o ideal, mas devemos viver o real e aprender a estamos satisfeitos com o que somos. Não deveríamos construir um sentimento de repulsa pela nossa existência e ficar desejando a vida dos outros. Sim, tem muita gente que fica admirando o alheio e esquece de viver a própria vida.
Por isso, por mais que ficamos vivendo um descontentamento o que temos e somos, e a insatisfação deve ser canalizada para a mudança, não podemos querer romper a vida que temos. Não nos cabe considerar que somos senhores do “botão” que elimina nossa existência. E acharmos que devemos fazer isso só porque estamos descontentes com ela.
Suicídio é um problema que tem diversas formas
Quero que você reflita. Estamos no “Setembro Amarelo”, momento de pensarmos na vida. Lutarmos para que as pessoas não se suicidem, tirem a própria vida. E há inúmeras formas de se tirar a vida, de se suicidar. Não só aquela de maneira abrupta, também a que tiramos aos poucos, cotidianamente.
O que isso significa? Pensamos no suicídio como uma pessoa que toma um último ato de agressão a si mesmo e tira a sua vida. Contudo, agir para acabar com a vida é coisa que muitas pessoas fazem ao negar a si mesmo, não gostar de si, desejar o que é do outro, viver uma vida que não é sua, ter desgosto com a existência.
Enfim, o que desejo afirmar é que há muitas formas de acabar com a própria vida. Inúmeras maneiras de praticar a “autossabotagem”, que por sinal é um problema mais comum do que se imagina. Uma forma que muitos usam de se exterminar aos poucos.