É conversa cotidiana. Com todo mundo que você bate um papo, espero que mantendo o distanciamento social, muitos por aplicativos, falam da experiência inédita de estar vivendo novos desafios destes tempos de pandemia. A maioria são as rupturas que nos incomodam. Não podemos mais fazer o que fazíamos antes. Nem faremos mais. O mesmo homem não se banha no mesmo rio. O rio muda e o ser humano também. Isto é de Heráclito.
Agora a vida se alterou e nossa personalidade se apresenta mais nítida. O que tomávamos como certeza há um tempo atrás agora virou incerteza. Estamos jogados na impossibilidade de fazer com que o costumeiro retorne e com dificuldade de encarar o que temos pela frente. Isto é normal, diante do novo. Por isso, alguns falam do tal “novo normal”.
Quantos não tiveram que encarar, e tem, momentos difíceis nesta pandemia. Um desemprego. Tanto para quem o anuncia como para quem ele é anunciado. Demitir alguém que se tem trabalhando em uma empresa, que pai ou mãe de família, que sabe-se da dificuldade que vai enfrentar sem o trabalho não é tarefa fácil. Aquele que é desligado de uma empresa sofre, e muito.
Porém, não será para sempre. Vamos sobreviver. Não há desespero quando se sabe que nada chega ao fim por causa disso. Nossa vida não pode se resumir no momento. Por mais difícil que ele seja. Nossa existência tem que ter um sentido. isto é que conta. Na busca de realizá-lo é que temos que nos apegar. E aqui vai um conselho, não construa o sentido de sua vida em coisas materiais.
É muito pobre e podre saber que temos que depender das coisas para poder existir. Uma coisa é a necessidade de sobrevivência. De buscarmos uma fonte que nos garanta a sobrevivência. Esta é a dignidade mínima. A outra e a ilusão da materialidade como princípio e fim do porque estamos aqui, na relação com os outros, na vida que constituímos. Este tipo de apego pode piorar muito a situação.
Logo, aprenda a encarar que as coisas mudaram e vieram para ficar. Nada será como antes, você também não. E como você pretende reagir a isso? De que maneira quer sair deste ambiente? Deseja sair com mais maturidade e leveza no sentido da vida? Ou pretende se apegar a frustração da ausência da materialidade que consome a maioria das pessoas e não leva a lugar algum? Faça sua escolha e viva melhor.