Os ansiosos são muitos e jovens

Você já ouviu falar de ecoansiedade? Isto mesmo, há um número cada vez maior de pessoas que estão ansiosas com as mudanças climáticas e seus efeitos.

Um estudo feito pela Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), feita com três mil jovens entre 18 e 24 anos, em 15 países, mostra que a maioria dos entrevistados se preocupa com o futuro do planeta.

No Brasil, o novo foco de ansiedade atinge 57% dos jovens. E não somos os mais ansiosos entre os países investigados. Por exemplo, nas Filipinas são 79% dos jovens entrevistados. Na Turquia são 73% e na África do Sul são 64%.

O fator que mais preocupa os jovens são as temperaturas extremas, muito frio e muito calor, esta é a principal preocupação para 83% dos entrevistados.

O segundo fator ambiental mais preocupante são as cheias e secas estremas. Seguindo, como terceiro fator, a poluição, com 75% da preocupação dos jovens entrevistados.

O futuro é incerto, mas o presente é esclarecedor

E se formos considerar, realmente, o futuro é incerto. E os efeitos do aquecimento global tem se expressado nos fatos que estamos acompanhando constantemente nos noticiários. A enchente no Rio Grande do Sul e a onda de calor que atinge os Estados Unidos são algumas das demonstrações das mudanças climáticas.

Logo, todas estas informações me levam a refletir sobre o a preocupação que temos que ter com o futuro. Há um amanhã em que não estaremos aqui mais e os nossos herdeiros, as futuras gerações, vão sofrer as consequências do que estamos ou não estamos fazendo hoje.

E esta é uma questão ética que temos que considerar. Nosso comportamento e seus desdobramentos, o seu alcance. O hedonismo que tem tomado os discursos midiáticos e se transformado em uma euforia para as atuais gerações não combina com a preocupação com o futuro.

Quem vive o hoje não terá amanhã

Vale a pena lembrar que o hedonismo a que nos referimos é muito mais uma deturpação da corrente filosófica assim determinada do que a busca do prazer imediato que tem tomado o interesse da maioria das pessoas.

A ética que deve ser defendida é da conduta que tem o olhar além do “horizonte”. Uma conduta de valor que supere o imediato e vá mais distante. A ética daquele que é capaz de olhar um mundo que vá além de sua existência.

Se agora temos que conviver com a ecoansiedade, podemos também reagir com práticas sustentáveis em nosso cotidiano. Se falamos tanto em responsabilidade, a que podemos demonstrar com intensidade é aquela que preserva a vida de quem vem depois. Ou seja, ser bom além de si e não somente para si.