O Ano Novo chega no domingo. Cheio de esperança ou de temor. Por isso, tinha me comprometido de falarmos do futuro, do que virá. Chamaria de projeções.
Imagine um projetor mesmo, estes de cinema. Aquele que joga sobre a tela em branco o que tem dentro de si. Fazemos isso em relação ao Ano Novo, projetamos. Uma busca de transformar em realidade o que construímos em nossa mente.
Porém, a vida não é tela e projeções não se realizam somente porque temos dentro de nós a vontade. Ela pode ser considerada um bom começo. Vale a frase, “De boas intenções o inferno está cheio”. Não depende só de nós e, mais ainda, mesmo nós não sabemos muito bem o que queremos. Entre o que projetamos de desejamos há uma diferença.
Logo, no Ano Novo, seria interessante mudar a lógica do que se quer. Aquela lista de coisas que você jura que fará no e que não duram nem uma semana depois que o Ano Novo começa.
Pare de construir projeções como desejos.
A primeira coisa a se fazer é prometer ser sincero com você mesmo e compreender onde se está, com quem se convive e o que importa realmente. Trace este compromisso para o ano que vem.
Lhe garanto que será mais desafiador a sinceridade de sua condição do que as promessas de emagrecer, parar de fumar, fazer exercícios, fazer um curso de inglês etc. Exige algo maior que projetar à vontade, arrumar, revisar e ajustar o projetor, a sua percepção sobre as coisas, sobre o mundo a sua volta. Descobrir que aquilo que você tanto diz querer não é o que você necessita, separar a vontade da necessidade.
Logo, aprenda a ter consciência de si e fazer para si a partir do que realmente se é. Não estamos no controle de tudo, porém, somos nós que organizamos a pauta do que nos é prioritário. Com o tempo devido podemos fazer muito, por isso, ansiedade não é ingrediente para quem deseja mudar, construir é a palavra certa em vez de projetar.