O imperador e a liderança.
Dom Pedro II, o imperador do Brasil, foi educado por tutores desde os cinco anos de idade, ele seria o monarca. O governante do Brasil tinha que agir não por ele, mas pela nação que representava. Ao sentar no mais alto cargo da do Estado, ele abria mão de si mesmo por aquilo que representava.
O que saiu de sua boca, seus gestos, sua vida pessoal, tudo o que esteve associado a ele foi além dele mesmo, era o Brasil. A representação dos interesses, desejos e posicionamentos da nação estavam no corpo, na vida, nos gestos, enfim, em tudo o que o imperador fez, desde sua infância. Por isso, a liderança tem seu peso, sua expressão e valores.
O homem que mais tempo governou o Brasil ainda hoje é objeto de análise. Muitas pesquisas e biografias foram feitas abordando o que estava por trás das decisões que o imperador tomou. O que o movia?
Há cientistas sociais que buscam entender toda a monarquia com base no perfil do monarca, em suas decisões. Seus gostos, sua vida pessoal, sua opinião sobre os mais variados temas servem de objeto de estudo pelo peso que o personagem carrega e sempre carregará quando se fala da história do Brasil.
O imperador e a referência.
A comparação do Imperador com as lideranças de uma maneira geral pode parecer exagerado, contudo, guardadas as devidas proporções, o líder expressa regras em sua conduta, expressa valores, exemplos a serem seguidos ou repudiados. Aquela velha retórica, se ele que é o líder faz assim, porque eu não posso fazer?
Também, há ações de liderança que estimulam o ódio e a raiva. Todo aquele que representa uma empresa ou uma nação é o ponto de partida para avaliar o que ele lidera. Da prática do líder se generaliza o que representa, a empresa, ou uma nação. Ela será o que seu líder expressará.
Claro que, não podemos julgar os russos por Vladimir Putin, ou os venezuelanos por Nicolás Maduro. Porém, são representantes da nação e acabam sendo a expressão do que a nação é, do caráter que seu povo tem, ou os desejos de quem a liderança representa.
Os líderes falam por suas empresas.
Os líderes das empresas também falam pelos que lideram, pelo departamento ou ambiente em que exercem influência e poder. Eles são a expressão máxima da valorização de hábitos e práticas. Propagam e fortalecem valores culturais. Podem ser remédio e ou veneno para um ambiente corporativo.
Então, a fala do líder conta e pesa, seus atos também.
Por isso, aquele que está à frente de pessoas, no comando, não lhe é permitido falar o que quer, mas assumir a responsabilidade que tem. Pois, ao estar à frente de pessoas, muitas vezes de um grande número delas, ele será a referência para se produzir ou refutar um valor, praticar ou não uma ação.
Um líder deve ter a dimensão de que seu pronunciamento tem um peso e pode ser o fiel da balança para estimular a justiça ou a injustiça.
É preciso se preparar para ser ou melhorar a liderança.
Poucas pessoas que assumem um cargo de liderança têm a dimensão disso, do peso de sua responsabilidade como um símbolo, um modelo. E esta é uma das tarefas mais difíceis e influentes que uma liderança pode exercer sobre seus liderados.
Quando estamos diante do desafio de comandar um grupo de pessoas, independente da dimensão. Temos que conhecer as responsabilidades que a função exige. Temos que abrir mão da personalidade excessiva que nos acompanha no dia a dia para nos doarmos à aquilo que vamos administrar, representar, estar na função.
Conhecer as pessoas que se lidera acaba sendo crucial na preparação de um líder. Olhar atento aos que estão sob seu comando. Quanto menor o grupo que se lidera esta condição fica mais fácil. Porém, onde há um grande número de pessoas, esta prática é complexa e requer mais atenção.
Ter uma postura definida para assumir a liderança e ter uma linha editorial que faça cumprir o que se coloca como proposta na vida das pessoas. Os liderados precisam de um sentido e orientação para suas ações que seja coerente. Entre o que está pregado na parede da empresa como sua “Missão” e “Valores” não deve ser apenas uma expressão decorativa e sim o espírito fundamental do que orienta todos que estão sobre o comando de um líder.