A praça Rocha Pombo ganhou um novo estilo e uma proposta, ser um espaço de qualidade de vida para os moradores e trabalhadores da região. Uma proposta com bancos como espreguiçadeiras e locais para jogos de tabuleiros. Um ambiente para que muitos possam descansar no período entre uma jornada de trabalho e outra, também de lazer para as famílias.
Nas redes sociais o espaço proposto é comparado com uma praia, um ambiente diferente e elogiado. Mas com um preocupação nas postagens, será que o ambiente bem elaborado vai permanecer? Não será depredado? E quando a preocupação surge não é por acaso.
Há antecedentes que fazem com que a preocupação tenha fundamento. Só pensarmos nos novos pontos de ônibus. O que está em frente a câmara municipal foi pichado. A depredação do patrimônio público é uma realidade, há custos anuais significativos com reparos aos espaços públicos.
Cidades como o Rio de Janeiro gastam mais de R$ 2,5 milhões por ano com os reparos de espaços públicos destruídos pelo vandalismo. Em Vitória, capital do Espírito Santo, o gasto é de mais de R$ 1,5 milhão. Em São Paulo, a cidade gasta mais de R$ 4 milhões. Dinheiro que poderia ser investido em benefícios são gastos, perdidos, para reparar os malefícios.
Os vândalos não são os que desenhamos em nossas mentes. O morador periférico que marginalizado vem destruir o ambiente de conforto que não pode frequentar quase sempre repousa em nossa mente como o agente da destruição. Não é. A maioria dos que destroem os espaços públicos são moradores próximos e pessoas que estão entre a população beneficiada da benfeitoria.
As escolas, postos de saúde e praças são destruídas por moradores locais. Nelas, a família do vândalo frequenta. A mãe ou o pai usa o posto de saúde, o irmão a escola, se não ele mesmo. A praça é frequentada por todos. Contudo, na mente enfurecida pelo vazio do sentido da existência nada pode ficar de pé, funcionar.
A lógica deve ser invertida. O espaço público é uma solução e não um objeto de descarga da revolta vã. Estes locais são a possibilidade de uma vida melhor. De se estar mais próximo de uma solução. Temos que ter claro que os espaços públicos devem ser visto como uma oportunidade, um bem, um ato de qualidade de vida.
Se queremos uma saída, uma resposta para nossos problemas, os espaços e serviços públicos são a possibilidade. É neles que podemos ter o que a particularidade de nossas condições não pode custear. Na coisa pública é que o nivelamento das condições sociais acontece, se ameniza as diferenças e se possibilita o desenvolvimento humano. Preserve o patrimônio público.