Não se pode negar o peso que o Estado e sua estrutura tem na economia. Seja o poder municipal, estadual ou federal. Sua máquina interfere diretamente na vida das pessoas, assim como, suas medidas. Impostos, número de trabalhadores ligados ao poder público, consumo de bens e serviços. O poder estatal é o maior cliente e investidor nos setores econômicos.
O impacto pode ser sentido, como um dos exemplos, no número de funcionários públicos que consomem todos os dias na economia local. A quantidade de bens e serviços que se mantém porque esta gama de consumidores todos os dias atende suas necessidades na compra de mercadorias. O estado é senhor da economia. É a maior empresa em atividade.
Esta condição pode ser entendida também em setores como a saúde. O maior comprador de veículos, medicamentos, estruturas físicas e serviços para atender o setor é o Estado. Na proporção em que ele atende aos interesses da população aumenta a sua participação.
Se formos levar em conta investimentos para ampliar o potencial econômico do setor privado, lá está o Estado novamente. Nenhum setor cresce sem as bases estruturais que o poder público pode promover ou não.
Há, porém, a necessidade de entender que o gestor público é fruto de uma escolha pública, o voto. Os chefes dos executivos são eleitos. Políticos que construíram sua vida dentro da profissão política. A permanência no poder é a busca constante de quem está à frente de um cargo público.
Se este gestor tem nas mãos o poder econômico que tem, quais os critérios para escolhe-lo? Esta é uma questão vital. Em uma sociedade onde impera para os cidadãos a resolução do imediato. A busca de sanar problemas de curto prazo, aquilo que estamos sentindo no dia a dia. O homem público deverá responder a isso. Contudo, sempre lembrando que este problema passa a ser o “campo fértil” para sua manutenção. Manter a dor faz com que se compra sempre o anestésico e nunca se faça um tratamento para resolver definitivamente o problema.
Nosso critério na escolha do governante é fundamental. Se temos uma percepção de que o tempo de uma gestão pode não ser o suficiente para se resolver um problema e que a solução dos principais entraves da sociedade pode demorar inúmeras gestões. A promessa de se resolver tudo pelas mãos de um único escolhido é uma falácia.
Soluções definitivas são construídas e demoram. Precisam ser feitas com um planejamento contínuo que vai além de uma gestão de quatro ou oito anos. Logo, o critério para eleger o governante deve sempre levar esta máxima em consideração. Porém, a grande maioria da população brasileira é anestesiada para suportar uma doença crônica que favorece os que se mantém no poder pela lógica imediata.
Se lembrarmos novamente o tamanho da influência da estrutura pública na vida econômica, podemos imaginar o mal que a política do imediatismo e dos problemas nunca resolvidos pode causar a uma população.