Maquiavel, o florentino, em sua obra “O Príncipe”, defende que “os fins justificam os meios”. O teórico italiano foi mal interpretado e ligado a pagar-se qualquer preço para se chegar ao poder. Não é esta a questão para ele.
Quando estudamos as forças que sustentam o poder, percebemos que há uma lógica em que o líder busca ter o apoio de quem pode mantê-lo. Este é um princípio comum a quem deseja se sustentar no comando. Logo, ou compreendemos e aprendemos a usar do nosso poder de forma coerente com o jogo ao qual ele está subordinado.
Na política democrática, no processo representativo, o homem público é demagogo. Ele não falará a verdade do que pensa e sim aquilo que pode aglutinar o máximo de apoio. Contrariar a verdade, construir fatos e fakes é uma das habilidades de quem sabe jogar o jogo do poder.
Nossa mente que alimenta o homem público como um representante sincero e honesto na defesa de valores e propostas está sujeita a ser manipulado por quem detém o poder. Estamos inseridos neste jogo. Fazemos parte da medição da força.
Se nossas escolhas fossem orientadas na lógica acima, se compreendêssemos o que significa “os fins que justificam os meios”, aprenderíamos a estabelecer nossas finalidades e associá-las a valores que nos levassem a fazer parte do poder e influenciar suas decisões.