O preço da guerra
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O preço da guerra

Por Gilson Aguiar em 12/04/2022 - 16:50

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem tido um preço, caro. Já são 1.104 pessoas mortas entre os civis, feridos já são 1.754. E ela não dá sinais de parar tão cedo. O conflito também deixa sequelas econômicas. Em um sistema onde a vida pode ser calculada e colocada em risco pela lógica do mercado, o futuro não demonstra que o “cessar fogo” será o fim dos problemas.

A economia russa vai retrair após a guerra, 11,2% e a economia ucraniana terá uma perda absurda de 45,1%. Para os invadidos, a destruição é pior. Porém, toda a perda abre oportunidade de ganhos. Os investidores sempre encontram uma forma de tirar benefícios do caos instalado.

Neste ponto, uma possível vitória russa no conflito pode ser revertida em perda. Os centros financeiros com fôlego para investir na Ucrânia, devastada pela guerra estão do lado ocidental. Os inimigos russos poderão ter ao final da guerra uma grande oportunidade de serem os investidores da nação e sócios do seu futuro.

A lição é simples, a autonomia que se desejava na constituição dos estados nacionais, quando a emancipação trazia consigo a ideia de uma autonomia plena, na economia isso não se realiza mais. O grau de dependência gerada pela integração mundial e o processo de interferência direta que os fenômenos internacionais têm sobre a vida nacional se intensificaram.

A economia não tem e não obedece às fronteiras nacionais. Os estados se enfraqueceram diante do fortalecimento de um mercado de investidores que dá sentido aos desdobramentos do presente e do futuro da nação. Logo, o futuro da Ucrânia pertence aos seus investidores. Ela sofrerá, ao longo do tempo, mais invasões. Sem armas, sem destruição, mas com grandes possibilidades para se fazer negócios. 

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