O Brasil ultrapassou a Itália no número de mortes por Covid-19. Triste fato. Contudo, esperado. Nossa fragilidade é imensa. O Paraná, dos seus 399 municípios, 264 já apresenta casos da doença. Agora, já temos 5.820 pessoas que foram contaminadas pelo novo coronavírus. O número de mortos aumentou, são 527 agora com mais dez novos óbitos. Os dados são da Secretaria de Saúde.
O Estado tem ainda uma baixa quantidade de leitos ocupados, uma das menores do país. Em média 51%. O que permite um certo lastro para a retomada das atividades econômicas. Porém, há um preço a se pagar. As ocorrências devem aumentar com o passar dos dias. Ninguém tem ao certo quando o pico da doença irá chegar. Pode ser maior ou pior dependendo do nosso comportamento.
Estamos pagando um preço caro com pessoas morrendo por falta de atendimento. Nossa fragilidade é absurda. O país tem pouca capacidade estrutural para responder a saúde em tempos de “normalidade”, com a crise esta condição fica mais clara. Esta busca da retomada da economia nunca foi acompanhada no cotidiano com a preocupação de fazer funcionar de fato necessidades básicas dos brasileiros.
Além da saúde, nossa educação é frágil. A desqualificação de parte considerável dos trabalhadores acaba por colocar em risco a vida de inúmeras pessoas. E não somente durante a pandemia, mas todos os dias. Com a paralisação das escolas se percebeu o quanto o que temos na instrução pública era pouco e agora é nada. Em quantos momentos professores dão ajuda com recursos próprios para que alunos de escolas públicas possam ter acesso a internet para poderem estudar a distância. Este era um papel do Estado.
Quantas lições tivemos e teremos com esta pandemia. Nossa fragilidade é a maior delas, se dúvida. Contudo, será que vamos aprender? Teremos a capacidade de buscar superar definitivamente nossas fragilidades? Estamos preparados para enfrentar problemas e ter condições de responder a eles com eficiência? Esperamos que sim.