A humanidade já viveu muitas crises. Algumas de grandes proporções. Guerras, acidentes naturais, pragas e pandemias. A que estamos vivendo não é a primeira e não será a última. Sempre estamos comparando a pandemia do novo coronavírus com outras que ocorreram antes. Há exageros, via de regra há o que se aprender com o passado, mas ele não é resposta definitiva para o presente.
Uma das crises que marcaram a história humana foi a Peste Negra (1346 a 1353), que assolou a Europa e levou a vida de um terço da população. Ela fez parte dos acontecimentos que ficaram conhecidos como crise do Século XIV.
Diante do desconhecimento do que provoca a morte, a também chamada Peste Bubônica, fazia crescer bulbos nas axilas e na virilha. Com a morte do infectado ocorrendo dias depois. Para parte considerável da população, tudo não passava de um castigo de Deus ou o próprio fim do mundo.
Em meio a medidas contraditórias, algumas assertivas e outras que pioravam a situação, os líderes locais tentavam conter a doença. Em muitos casos, os que eram infectados ficavam isolados em suas casas, com todos da família. O que aumentava a contaminação.
Monarcas tiveram preocupação com a higiene e levaram a ações mais coerentes, a limpeza das cidades. Isto porque a doença era transmitida por uma pulga que se alojava no pêlo dos ratos. Eles chegaram à Europa nos porões dos navios, junto com as mercadorias trazidas do oriente.
Na crise instalada e o desespero da população, há outra praga que sempre está presente, a “praga humana”. Diante do caos emerge os interesses mórbidos e a miopia de quem usa do momento de desordem para acertar contas com seus desafetos, expressar sua pobreza humana.
Logo, o radicalismo não é de hoje. Acompanha a falta de bom senso há muito tempo. As falas descabidas e agressões desmedidas que estamos assistindo são expressões dos ambientes onde o descontrole pessoal e pobreza espiritual aflora.