Na Roma antiga emergiu a elite dos homens novos. Ligados a expansão romana e ao prestígio adquirido com as conquistas de novas terras e a liderança militar, uma elite sem prestígio tradicional iniciou na república a sua consolidação. No século II a.C., a política romana caminhava para o Império, o que se consolidou nos séculos seguintes.
No Século I, no ano de 80, foi inaugurado o Coliseu. O maior símbolo da propaganda popular do Império. A sede do “pão e circo”. A economia romana já não dependia mais da península Itália e se concentrava nas áreas dominadas dentro e fora da Europa ocidental.
Mas, o povo tinha sua participação na escolha dos centuriões e ter o apoio popular fortalecia a imagem de líderes em ascensão da nova elite romana. Para ver o espetáculo entre os gladiadores, as lutas entre escravos conquistados por Roma e assistir aos inimigos do Império serem comidos pelos leões. O radicalismo dos imperadores também era diversão.
A massa recebia pão e vinho durante o espetáculo. Assistia a demonstração da força romana enquanto enxia a barriga com as migalhas oferecidas pelos imperadores e líderes políticos. O povo de Roma já não tinha mais a serventia econômica e era mais bem controlado e manipulado do que pensante em sua desgraça permanente. A diversão faz esquecer e as migalhas no estômago ajudam a convencer de que tudo vai bem.
Talvez não tenha frase que resuma melhor o que estamos vivendo, como Roma e seus espetáculos de pão e circo, do que a frase do ator Derek Jacobi, no filme “O Gladiador”: “O coração pulsante de Roma não é o mármore do Senado, é a areia do Coliseu.”
Não estou falando que a história se repete, mas que ela ajuda a refletir o que vivemos, isto sim, ela ajuda.