O Brasil tem o que alguns cientistas políticos chamam de presidencialismo de coalisão. Onde o líder do poder executivo não governa sem ter o apoio da maioria do Congresso. Para isso, tem que renunciar a acordos que permitam fortalecer lideranças partidárias e parlamentares influentes para ter aprovada suas medidas, reformas e orçamentos. Quanto isto custa?
O valor desta condição é caro, faz com que o corporativismo do poder legislativo tenha um peso imenso para o país sem que assuma de forma oficial a responsabilidade pelos atos que comete. O parlamento força o presidente a errar e ser a vidraça que quando quebra os estilhaços cortam a cara do presidente.
Sou um parlamentarista convicto, considero que o poder do legislativo deve ser fortalecido e defendo a criação do cargo de primeiro-ministro. Seria a forma de fazer o parlamento assumir a responsabilidade pela governabilidade do país e demonstrar de forma clara o poder que exerce sobre a sociedade. Há uma permanência no Congresso da forma como se articula o poder, independente de nomes que se trocam no calor da hora e se vota sem responsabilidade.
Ou aprendemos a importância da escolha dos membros do parlamento ou seremos eternamente engolidos pela fachada de representatividade e ética que na prática demonstra relações constantes de favorecimento sem que seja transparente as intenções.