Empresas privadas buscam aprimorar ferramentas que medem o grau de satisfação de seus clientes e consumidores. Criam meios de antecipar vontades e atender necessidades de um público que lhe interessa para se manter no mercado. Por que isso não pode ser feito com o poder público? Pode e deve.
Em Maringá, recentemente, a prefeitura do município estabeleceu um plano de metas das secretarias municipais para que elas cumpram ações voltadas aos interesses da população. Mas isso é o suficiente? Planejar faz parte da vida dos maringaenses. Não por acaso, uma instituição como o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá, o Codem, tem como função primordial este papel.
Porém, mais que planejar é necessário saber o grau de satisfação ou insatisfação da população em relação aos serviços públicos prestados. E uma lei municipal aprovada em 2019, a 10.948, de autoria do vereador Sidnei Telles, tem esta intenção. Esta lei deve antecipar um planejamento.
O vereador argumenta que até agora a lei não saiu do papel. O parlamentar aponta interesses políticos. Para ele, o poder público adiou a execução para não ter surpresas no resultado das eleições de 2020 que levaram a reeleição de Ulisses Maia. Será que uma pesquisa de satisfação do serviço público poderia ter um resultado contrário as pretensões do atual prefeito? Esta resposta não pode ser dada com precisão, a lei não foi executada.
Agora, tudo indica que ela vai sair do papel. O que temos como sintoma é a manifestação de ouvintes que ao ouvirem a reportagem de Luciana Peña sobre o tema entraram em contato com a CBN e deixaram sua reclamação.
Podemos alegar que o voto é uma forma de avaliação do poder público. Se levarmos em conta esta medida, há uma aprovação da atual gestão. Mas, nunca podemos esquecer que entre a sensação e os dados que temos para a decisão de nossas escolhas nem sempre são pautadas na eficiência do poder público de maneira objetiva e concreta.
Que a lei que exija a avaliação dos serviços públicos seja implanta e de forma adequada a ser um termômetro objetivo e imparcial. Será de grande utilidade para podermos compreender até que ponta promessas se cumprem e usarmos da eficiência e não da demagogia como critério para avaliar a eficiência de um governante e de sua máquina administrativa.