Pobreza não tem dia, são todos e está em todos os lugares. Combatê-la sempre foi um desafio. Governos, instituições civis e iniciativas pessoais se mobilizam constantemente para combater a pobreza. Não é uma tarefa fácil. Uma ação constante que muitos desanimam por não ver um resultado rápido.
Acabar com a pobreza é a busca de grandes teses sobre a condição humana. A pobreza é o drama da existência da vida coletiva e a construção da desigualdade material. Busca de implantar governos que viessem a resolver o problema da desigualdade recheiam a história do pensamento humano.
Mas o que é a pobreza? A condição de organização da sociedade gera em parte dos seres humanos a não inclusão na eficiência da produção da vida social. A condição que produz nossa existência constantemente deixa parte dos indivíduos fora da cadeia produtiva. Eles existem dentro do corpo social e não são eficientes e necessários para serem absorvidos pela engrenagem virtuosa da existência.
Ironicamente, em algumas partes do corpo social falta pessoas necessárias para o desenvolvimento coletivo. Necessitamos de mão de obra qualificada e não as temos. Nossa produção da vida poderia ser mais eficiente completando a cadeia de produção da vida com indivíduos capazes de atender as necessidades coletivas e não tendo uma parcela improdutiva.
A conta também não fecha apenas com o raciocínio simples de qualificar os desqualificados e os tornarem eficientes. A lógica não está errada, contudo há um custo para isso. Temos que pensar no tempo gasto para a formação das pessoas. Considerar que os que estão ineficientes não tenham tempo hábil para executarem sua capacidade. Além do que a sociedade necessita de pessoas prontas hoje, não há tempo para esperar.
Por isso, combater a pobreza implica em planejar. Organizar ações que sejam sistêmicas e que tenham a capacidade de superar e não remediar problemas. Muitas das instituições que temos fazendo filantropia estão voltadas a condição imediata da pobreza. Não significa que sejam ações desnecessárias, mas elas não podem ser o foco e a política da maioria das instituições do terceiro setor.
Temos que lembrar da pobreza todos os dias, mas temos também que ter ações diárias de combate a longo prazo. Ter uma ação organizada e integrada de apoio a projetos que visam melhorar o ser humano e não remediar sua condição para viver um dia atrás do outro.