Ainda não consigo entender o que as pessoas querem com a religião. Elas querem ter o direito de professar sua fé de forma livre, segura e com respeito ou gostaria de impor sua crença a todos e eliminar as demais igrejas e dogmas? O que as pessoas querem?
Por que a religiosidade se transformou em tema de campanha política e virou determinante para se julgar um ser humano bom ou ruim? De onde vem a inspiração para transformar uma crença em critério da cidadania em pleno Século XXI.
A religiosidade já foi ao longo da história um determinante para se dividir uma nação, um território e o mundo entre os bons e ruins. Os cristãos ocidentais já se lançaram em guerras seculares no combate ao pagão e infiel. Os muçulmanos já foram suas vítimas prediletas.
No Século XVI E XVII a Europa foi banhada de sangue pelas guerras religiosas entre católicos e protestantes, fora a perseguição aos judeus que se desdobrou de forma grotesca e absurda no holocausto.
Agora, uma campanha política discute a religiosidade como campo de escolha de um representante público. Os dois candidatos se acusam de desrespeito a religiões e de usá-las como instrumento de manipulação política. Há alguma coisa errada nisso.
Estamos retrocedendo nitidamente. Empobrecidos em nossos temas e marcados por pautas pobres que denunciam nossa limitação para enfrentarmos nossos problemas. E não se engane, nada se resolverá por um milagre, por mais que Deus esteja na pauta dos homens.