Nas minhas conversas diárias com João Ricardo Tonin, no Economia em Foco, falamos sobre a satisfação no e do trabalho. Porque são duas coisas diferentes. Nem sempre faço o que gosto, mas estou satisfeito com o que o trabalho me faz, “no”. Também, posso estar muito satisfeito com o que faço, “do”.
A questão é: quanto tempo você suporta ficar fazendo o que não gosta? Porém, tem algo interessante a se pensar, para saber o que não gosta, há que se ter em mente o que gostaria de fazer. E por incrível que pareça, uma grande parte das pessoas não sabe. Vaga pelas funções ou profissões sem nunca encontrar o “grande amor” laboral.
Para deixar a questão mais confusa, em grande parte, há os que aprendem a gostar do que fazem. Mais uma vez, como nos relacionamentos, a gente não ama quando casa, mas a convivência vai fazendo a gente gostar da pessoa com quem convive. Se acostuma, como dizem.
A conclusão de uma pesquisa apresentada por João Ricardo Tonin no Economia em Foco e que está no site do UOL, feita pelo colunista João Branco, mostra que entre mil trabalhadores brasileiros, 25% trabalham por dinheiro. Já, outra pesquisa da Employee Experience demonstra que as pessoas pedem demissão das empresas por falta de reconhecimento, entre outras coisas salário.
Como em todo o relacionamento, ficar ou não em uma atividade profissional, assim como, em uma relação amorosa ou seja ela qual for, implica no grau de satisfação que ela nos dá. Em tudo, seja na remuneração ou na promoção que recebemos, nas avaliações diárias, elogios e feedbacks, na demonstração de importância que temos dentro da corporação, tudo pode contribuir para que a relação seja duradoura.
Quem nos abandona é por descaso e desrespeito. Pela falta de significado do que representamos, no que estamos fazendo e com quem convivemos. O nosso trabalho, conta no grau de satisfação. Porém, o sentimento de frustração do que se faz pode piorar se não temos reconhecimento e não há sentido na atividade que exercemos.
Não pense que não faz falta as pessoas saberem se o trabalho que exercem tem valor, acrescenta, poderia ser melhorado e se não há reconhecimento de uma atividade bem feita. Dificulta qualquer ser humano ter apego ao que for se o sentimento de insegurança é maior do que satisfação do que se está fazendo e com quem se faz.
Aquela velha história de que “temos que vestir a camisa da empresa”. Contudo, ela pode ser de um número menor que o nosso. Aí, a saída é trocar de roupa. Podemos estar no lugar errado e estarmos sendo limitados pelo ambiente de trabalho. E acredite, a insatisfação no trabalho tem sequelas e contamina outras relações de nossa vida e faz de alguém um ser feliz ou infeliz.