A discriminação das mulheres em cargos de liderança é fato. Por mais que elas estejam no poder, manter-se é um desafio. Quanto mais a carreira se transforma em um sucesso os desafios aumentam. Elas passam a ser alvo de um olhar mais atento na busca de criticar e romper com a ascensão.
Mulheres no poder incomodam muito os machistas declarados e, os mais perigosos, os enrustidos. Estes últimos ficam na surdina, fazem aparência de que convivem bem com o sucesso delas, mas esperam um momento oportuno e traiçoeiro para dar o golpe.
Não pense você que é somente os colegas de trabalho que tem um “olhar torto” para o sucesso delas, as “colegas” também. Há muita inveja e discriminação daquelas que deveria apoiar a carreira profissional bem sucedida de uma mulher e a fazer servir de exemplo.
A moçada do “puxa para baixo” é intensa e extensa. São aqueles que quanto pior a situação do outro, melhor.
Uma pesquisa da empresa de prestação de serviços KPMG, mostra o quanto o sucesso das mulheres é um problema. Apresenta dados de preconceito de gênero sofrido por executivas em todo o mundo. Foram 884 mulheres que tem cargo de liderança em todo o mundo entrevistadas, 50 no Brasil.
86% das brasileiras afirmam ter sofrido ato de preconceito e discriminação na vida profissional. O maior índice entre as nacionalidades pesquisadas. Destas, 32% afirmam que em todos os comportamentos no ambiente corporativo.
A comunicação, com 24% e o favoritismo, também com 24%, vem na sequência, como fatores de discriminação. Ou seja, as informações e comunicações internas, profissionais ou não, são carregadas de preconceito. Também, na hora de escolher quem terá a promoção, eles são favorecidos, mesmo que elas tenham o melhor desempenho e currículo.
Se as líderes nas empresas falam sobre discriminação e apontam que sofrem, imagina aquelas que estão dentro do ambiente corporativo em atividades que não são de liderança. Quantas mulheres com talento e potencial são limitadas por práticas de discriminação?
Não por acaso, 96% das mulheres que participaram da pesquisa da KPMG afirmam que é preciso fazer alguma coisa.
E fazer não é algo que deva ser esperado. O “fazer alguma coisa” deve ser praticado constantemente, nas pequenas coisas dentro do ambiente de trabalho. Todos os dias. Importante pensarmos em nossas práticas, por menor que elas sejam, nós podemos estar contribuindo para a discriminação das mulheres no ambiente de trabalho.