As universidades brasileiras tem um custo elevado. Porém, muitas delas um trabalho fundamental para as comunidades onde estão inseridas. Inquestionável o papel da academia na vida de uma sociedade. Tolice afirmar que as universidades são uma perfumaria, um luxo. A produção científica das instituições de ensino superior faz diferença. Os cursos de extensão e serviços promovidos pelas IES são garantia de qualidade e eficiência no atendimento da população.
Há excessos dentro das universidades públicas brasileiras? Sim. Qual a proporção destes excessos? Temos que fazer uma investigação pontual e não generalizada. Há condições de ensino, pesquisa e extensão que exigem investimentos aparentemente excessivos e que sejam necessários. Como há também custos desnecessários que poderiam ser saneados. Os que trabalham pouco e ganham muito.
As regras de progressão de carreira dentro das universidades geram distorções. Muitos se aproveitam da carreira e da conquista de benefícios e acabam por produzir pouco diante da remuneração que recebem. Também, há os que tem uma produção qualitativa e não tem o reconhecimento que merece.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, criticou os gastos com as universidade federais. Ele afirma que por ano elas chegam a uma despesa de R$ 3 bilhões. O principal gasto é com a folha de pagamento. O ministro também criticou a carga horária semanal dos professores, em média 8 horas de aula.
Ele está certo na crítica, talvez generalizada por colocar todas as instituições, profissionais e produção como “farinha do mesmo saco”. Esta é uma crítica que agrada na facilidade de resolver o problema, mas prejudica a eficiência igualada com a ineficiência. Profissionais com mesma função e titulação não são iguais em produção e intensão.
Porém, os gastos excessivos existem e se paga um preço por isso. Tem que haver racionalidade e responsabilidade no trato do ensino superior público no país. Ele é necessário e precisa ser administrado com eficiência e competência. Romper com a manipulação política, com a ideologização, não é impor radicalização. Contudo, o ministro, neste ponto tem razão, há excessos. A questão é, onde eles estão?