Quando falamos da necessidade de se privatizar empresas públicas, serviços públicos, estamos quase sempre com o risco de ver aumentar a corrupção no país. Isto é decadente e desanimador. A privatização seria para nós brasileiros a possibilidade de ter serviços ágeis conduzidos por uma lógica de mercado que forçaria a eficiência.
Contudo, isto é idealismo. Temos que entender que nosso ambiente econômico é corrompido pela própria participação do estado. O poder público se tornou no Brasil o senhor de todas as coisas. Ele rege a vida das pessoas direta ou indiretamente com um peso singular, definitivo. Sem ele ou por ele se pode ou não dar certo na empreitada que se deseja.
Esta condição de estado demasiado faz parte de nossa formação. Gerou vícios na economia que agora são difíceis de romper. Um deles é o parasitismo da empresa privada. A busca de ter parcerias com o poder público para angariar subsídios, investimentos, reserva de mercado. Uma busca constante de benefícios que permitem aos “sócios do poder” sempre estarem com melhor fatia do ambiente econômico.
Como podemos crescer em competitividade, em tecnologia, qualificação, se as pessoas e as empresas buscam esta dependência do poder público para atingir seus interesses? Estamos condenados a viver de políticas públicas distorcidas, de licitações tendenciosas, de atos ilícitos de corrupção e manipulação dos interesses públicos?
A saída é cobrar transparência nos atos do poder público. Fiscalizar a atuação do governo em todos os seus ambientes e esferas de atuação. Não podemos perder nossa condição de cidadão. Fazer valer a carga tributária que pagamos com serviços que venham a criar um ambiente saudável para as pessoas e que permita a liberdade de atuação dentro do mercado. Se não fizermos isso, seremos sempre prisioneiros dos vícios de dependência e interferência do poder público.