Em qualquer empresa em que se for calcular o rendimento de um trabalhador há um cálculo sobre uma série de variáveis. Desde a dificuldade de se encontrar o profissional no mercado de trabalho, a complexidade de sua função, os riscos que ela exerce e demanda pelo produto ou serviço ligados a sua atividade.
Mas quanto custa um congressista? Um levantamento feito pela Universidade de Brasília (UnB), Pesquisadores do Estado de Iwoa e Carolina, nos Estados Unidos, fizeram este levantamento. E o Brasil tem o segundo Congresso mais cara do mundo. Só perdendo para os parlamentares norte-americanos ou estadunidenses. Lá, o custo de um deputado ou senador em 2021 foi de U$S 5 bilhões. No Brasil o custo foi de R$ 23,8 bilhões.
Em relação a renda média de cada brasileira, um deputado ou senador custa 528 vezes mais. Neste quesito, em segundo lugar ficam os argentinos com 228 vezes. Se compararmos com o Produto Interno Bruto, nossos parlamentares custam 0,15 dele. Já, na casa do Tio Sam, o custo é de 0,02%. Lembre-se da diferença da riqueza entre os dois países.
Você pode ficar pensando ou se perguntando, por que pagamos tão caro pelos parlamentares? Por que o país precisa dispor de tantos recursos para sustentar um Congresso Nacional?
Podemos argumentar que o país tem dimensões continentais e que para manter um Congresso como o nosso o custo é elevado. Podemos pensar nas diversas atividades que o Parlamento faz e necessita ter recursos para cumpri-los. Porém há uma questão vital em uma economia capitalista como a nossa. O que nos faz voltar ao começo de nossa conversa. Se ganha na proporção em que se gerar riqueza, deve-se perguntar claro, para quem.
Os deputados rendem e geram benefícios para si mesmos e para muitos que se aliam a eles na busca de serem beneficiados por seus atos. A máquina pública se mantém na proporção em que gera resultado esperado para quem a controla. Ironicamente você deveria pensar que é a população, a maioria em uma democracia. Mas quantos em uma democracia como a nossa tem acesso as instituições representativas ou pode ser um aliado mais próximo de um parlamentar?
Podemos considerar que parte dos parlamentares não veem em quem os elege a maior responsabilidade de sua representatividade. Para estes as migalhas. Sua preocupação são os aliados mais ilustres e seletos que lhe sustentam acordos e interesses e sobre os quais sempre se tem benefícios mais substanciais, consistentes e visíveis de benefícios.
Logo, na lógica que sustenta o poder, os deputados ganham o que merecem.