Às vezes me pergunto o que as pessoas querem com o radicalismo. Que ameaça elas vêm na contrariedade? Nas ideias diferentes? Nas condutas diversas, em um mundo onde se tem o direito a tantas opções e ações? Aonde se quer chegar com extremos?
Acabo de ler a notícia de que o Taliban tomou o Afeganistão. O presidente do país se retirou, aparentemente de forma covarde, e deixou a nação a mercê do radicalismo. Independente dos desdobramentos dos fatos, haverá sofrimento. A intolerância sempre tem em seu caminho e nos rastros que deixa, muitas vítimas.
Me espanta que a incompreensão e a insegurança, o descontentamento pouco entendido, seja descarregado no ódio. Quando que vamos perceber que não existe uma verdade absoluta? E as nossas convicções que se tornam incompreensões esmagam as diferenças tão necessárias para o nosso crescimento como seres humanos.
Não há nenhuma verdade na atitude extrema, no extermínio, na busca de eliminar o opositor e de calar a oposição. Há erros na generalização. Se desconhecemos algo, temos que entender antes de tomar uma atitude, agir de maneira incisiva. Nenhum regime autoritário dura muito tempo sem provocar violência e em pouco tempo traz o arrependimento.
Impor nossa vontade não nos fará ter razão, apenas alimentará o ódio naqueles que em um primeiro momento oprimidos não podem reagir, mas com o tempo se tornaram rancorosos e alimentaram a vingança gerando mais violência. Estamos vivendo dias tristes, de falta de civilidade e ponderação. Neste ambiente, não há solução que se construa de maneira coerente e razoável, não se supera e sim nos embriagamos por ideias tolas mergulhados em problemas.