Não há palavra mais desejada que a mudança. Sair da zona incômoda e ter a coragem de sair da zona de conforto. Quantas vezes pela manhã afirmamos ao vento, e nele ficou, que tudo iria ser diferente. Não foi. Por que?
O dia incômodo passa e vamos nos acostumando. Aprendemos a renunciar a nós mesmos e nossos desejos. Vamos sendo levado pelas ondas das vontades alheias. Elas não semeiam nada, apenas nos negam. Temos que aprender a viver nossa vida, aquela que nasceu conosco, que sentimos seu sabor na jornada que se encerrará conosco.
Ninguém irá viver por nós. Nada será fruto de uma decisão que não passe pela nossa. Pesa ser livre, mas somos. Temos o controle sobre nossas vidas. Negamos esta condição. Pesa. Não é nada fácil para muitos o peso nos ombros de si mesmo. Muitos preferem carregar o mundo alheio, a vontade dos outros, do que a sua própria. Fácil ser levado, difícil é se levar pela vida.
Na atualidade há uma renúncia sobre a responsabilidade madura da própria vida. A infantilidade de ser inocente e precisar de uma racionalidade externa que nos conduza faz com que a vida seja leve. Pobreza de quem fraco se sente bem por não ter amadurecido. Se nega a cada dia mais o que faz a humanidade melhor, a consciência sobre os atos de cada um em uma condição de viver com todos.
Vivemos uma ausência da coragem das pessoas de buscarem admitir os erros agindo e acertar depois de tantos enganos. Agora todos querem se sentir certo sem ter a certeza de nada. O conhecimento superficial sobre a vida fez com que as crianças adultas brincassem com o destino em uma piscina rasa.
A vida precisa de pessoas mais responsáveis sobre seus atos. Dispostas a assumir as consequências de suas decisões ou omissões. Ser platéia não faz de ninguém protagonista, principalmente da própria vida. Quem disse que a dor não constrói o amor? Só quem não soube amar ou nunca construiu um amor por si mesmo.
Reclamamos de tantas coisas. Daquilo que não fizemos ou do que não temos. Das metas não alcançadas. A desculpa é sempre a conspiração da qual fomos vítimas. Vai da mãe e pai que não souberam nos criar, dar o tal amor ou a falta dele. Quanta hipocrisia em pessoas que nunca tivera a coragem de tomar nas mãos a própria vida.