Se olhássemos nossos símbolos e entendêssemos sua raiz, a profunda origem de seu significado, ainda assim os usaríamos?
Veja o caso da Bandeira do Brasil, de suas cores que não significam o azul do céu, o verde das matas e o amarelo de suas riquezas e sim cores herdadas da monarquia portuguesa e suas ligações com outras casas dinásticas da Europa.
Mas, ainda falando da Bandeira, vamos falar da frase “Ordem e Progresso”, no centro da flâmula, uma expressão do positivismo ligada ao pensador francês Augusto Comte. Nela, a defesa de uma ordem que defende mais a disciplina do que a liberdade. Inclusive, vale lembrar, que Comte era um crítico do liberalismo, considerava um mal a ordem coletiva.
Mesmo, a afirmação do “progresso” que se associa ao desenvolvimento da economia e da sociedade em busca de sua perfeição, pode também se relacionar com o progresso de um problema, de uma doença, de um mal. Mas, é claro, na Bandeira, deseja a defesa do crescimento da satisfação coletiva e sua eficiência em resolver os seus problemas.
Hoje, os que se dizem liberais abraçam a bandeira, gritam pela ordem e o progresso e exaltam o pensamento que se coloca contra eles mesmos em sua originalidade. Uma contradição, das tantas que nos rodeia e que se tivéssemos consciência, poderíamos ter um comportamento mais ponderado e menos radical, quando estamos cientes das nossas contradições e enganos.