Dizem que um ansioso fica sempre vivendo o que ainda não aconteceu. É verdade, a ansiedade já tem se tornado uma doença. Augusto Cury, médico e psiquiatra, também palestrante, tem discutido o tema constantemente. Virou um síndrome segundo ele. A “doença do século”.
Agora, com tantas incertezas, ficamos ansiosos o tempo todo. Queremos mais não podemos. Esta é a questão central. De uma certa forma gostaríamos de acelerar o tempo para que tudo passasse, mas da forma que queremos e não da maneira que as coisas são. A ansiedade se resumo em um estado de alerta na busca de viver o que ainda não aconteceu. E pode nem acontecer. Não controlamos tudo.
Adquirimos ao longo dos últimos 30 anos o sentimento de intensidade. De viver tudo ao mesmo tempo. Agir sempre e estar alerta a tudo. A sempre o que fazer, se não há, arrumamos uma forma de que as coisas nos leve há uma ação muitas vezes inócua, não vai dar em nada. Mas acreditamos que é importante ficar atento.
Ao longo da história, em muitos momentos, a humanidade viveu situações de estresse. Eles nem sempre são relatados nos livros de história ou discutidos como temas de reflexão social. Se são, a grande maioria de nós não fica sabendo. Mas não esqueça, a humanidade já sentiu o peso da existência e seu risco nas costas inúmeras vezes. Não é a primeira e não será a última.
Sua angústia e ansiedade são em vão sem a percepção da dimensão do que está vivendo. As pessoas deveriam ter mais claro o seus limites e entender que não somos responsáveis eternos pelos outros. Não somos os únicos que temos vivendo a mesma situação. Não que acredite que acalma alguém saber que tem gente em situação pior. Acho inclusive este tipo de afirmação ridícula.
Nos momentos de crise, sempre haverá ansiedade, angústia e estresse. isso é normal e um bom sinal. Somos um animal disposto a defender a vida. Contudo, vivemos em bando. Somos o resultado da coletividade que nos cerca. Temos outros à nossa volta. E nem tudo a responsabilidade nossa. Esta é uma hora de aprendermos a dividir. Mais do que ter apoio, parceiros. Mais que torcedores, precisamos de quem jogue conosco, precisamos ser unidos em torno de uma causa comum.
A coletividade sempre foi uma resposta. Ela nos dá a dimensão do quanto somos dependentes dos outros. E de como não temos a obrigação de dividir o peso de certas incertezas que não são só nossas. Há envolvidos. Eles precisam fazer a sua parte. Todos precisamos. Logo, não deixe a ansiedade te dominar, compartilhe. Não seja afogado na angústia, divide o sentimento. Não faça tudo sozinho, crie estratégias com quem se dispõe a ser parceiro. E aprenda, tome ciência e consciência, você não está sozinho.