Amanhã, deixa para depois. As pessoas não se importam com o futuro como idealizamos. Fazemos críticas à espera de que os seres humanos sejam mais atentos ao que vai acontecer no futuro, mas ele não é preocupação coletiva.
A grande maioria das pessoas estão vivendo um dia após o outro. O como vai ser o dia seguinte, futuro é uma palavra distante que repousa para a grande maioria em um lugar desconhecido. Nele se deposita desejos e não metas. O hoje não tem muito a ver com os próximos anos.
Não há de todo um erro nisso. Uma coisa é sentir o prazer da vida durante a caminhada, pensar no futuro, mas não se comprometer em vive-lo antecipadamente. Esperar para que as coisas cheguem em seu momento certo. Afinal, viver do amanhã é nunca viver.
Contudo, é erro viver sem buscas e sem valores. O focar excessivamente no hoje tem um preço caro e se paga por isso. Vive-se o acaso, joga-se com a sorte, não há lógica no que se colhe porque não pensamos nas consequências do que plantamos.
Porém, sempre vale lembrar, a grande maioria das pessoas não tem esse olhar no futuro, não fazem uma leitura de futuro que vá além do que se mira em um horizonte curto. Por isso, o que sempre acusamos o povo, a massa e sua “memória curta”.
A felicidade que se busca é intensamente estimulada nas mídias e nas produções da cultura de massa para as sensações imediatas. Construir um futuro tem dores e dessabores, porém, o que se colhe com o tempo é algo mais sólido. São marcas de empreendimentos de uma vida toda e que impacta na vida dos envolvidos.
Uma vida profissional lapidada por muitos anos, uma empresa que se constrói um empreendimento social produzido com imensa e intensa dificuldade e de repente muda a vida de muitos que se beneficiam disso. Logo, a vida que se tem sentido se constrói com uma jornada e não com uma única “tacada”.