Te vejo no trabalho
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Opinião

Te vejo no trabalho

Por Gilson Aguiar em 17/06/2021 - 08:51

Tenho dado aula no ensino superior de forma presencial, uma educação híbrida para os alunos, já que 50% deles permanecem em casa, há um rodízio semanal. Esta semana, após ter encerrado a aula no período noturno, alunos expressaram que se consideram mais produtivos quando estão em sala de aula de forma presencial. “Tudo é diferente” segundo eles.

Quando a pandemia iniciou sua jornada muitos trabalhadores iniciaram a sua dentro de casa. O home-office foi para muitos a alternativa para terem segurança e evitarem a contaminação. Contudo, empresas de tecnologia já tinham esta prática. Segundo levantamento da Capterra, da Garther, 7 % das pequenas empresas praticavam o home-office antes da pandemia.

Os números dos que trabalham em casa cresceu entre junho e dezembro do ano passado. Porém, iniciou uma trajetória de decadência no começo deste ano e parece que já não é mais uma tendência que veio para ficar até mesmo em setores que eram considerados o carro chefe do trabalho remoto.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que estamos vivendo uma queda no home-office de 260 mil trabalhadores por mês. Hoje, são 7,3 milhões de trabalhadores nesta condição no Brasil, o que corresponde a 9,1% dos 86,2 milhões da mão de obra em atividade no país.

A decisão de retornar nem sempre vem das próprias empresas. Não podemos esquecer que 41% dos que trabalham em home-office se consideram produtivos. Há um percentual de dois terços que apontam para dificuldades de adaptação do trabalho com as questões domésticas, com a vida pessoal.

Porém, as empresas também começam a demonstrar que desejam o trabalho presencial. Mesmo instituições que trabalham com tecnologia apresentam esta tendência. No núcleo econômico mundial, Nova York, empresas como a Morgan Stanley já anunciou, através do seu presidente James Gorman, que tem interesse de ver seus trabalhadores de volta ao ambiente de trabalho até 6 de setembro.

No Citi Bank, a intenção é ter 50% de seus colaboradores de volta ao ambiente de trabalho até julho. E o interesse não é somente na sede norte-americana, mas em todas as unidades espalhadas pelo mundo. Os norte-americanos já vacinaram 44% da população e isso gera um ambiente de segurança para o retorno ao trabalho presencial.

Logo, o trabalho presencial vai continuar sendo predominante em grande parte das empresas de tecnologia. Por mais que isso seja considerado um limitador para obter trabalhadores qualificados em todo o mundo. As pessoas ainda querem sentir de forma lúdica a convivência com um ambiente direcionado para o trabalho.

Pela produtividade no trabalho ainda é fundamental que se tenha uma separação física entre a vida pessoal e profissional. Sair de casa para gerar a sobrevivência é uma prática que consolida em muitos a capacidade de administrar os próprios interesses de dois mundos que nem sempre se cruzam, casa e trabalho.

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