Não há o que se incomodar com as divergências. Necessárias e fonte fundamental de sobrevivência da democracia. Necessidade de compreendermos que para certos dilemas e problemas há formas diferentes de entender, agir e superar uma crise. Isto nos dá a possibilidade de um caminho mais coerente e equilibrado.
Neste período de pandemia não incomoda quem pense na economia, nos efeitos que ela está tendo e os prejuízos para a vida humana. Quantas empresas fecham suas portas ou para sobreviver são obrigadas a demitir. Temos que pensar em uma forma de amenizar isso. Seria irresponsável não considerar os efeitos de uma crise econômica que deve nos acompanhar por um bom tempo.
De outro lado há um sistema de saúde fragilizado. Incapaz de atender a quantidade de pessoas que seriam contaminadas se levássemos uma vida normal. Além do risco de uma contaminação em massa o número de mortos cresceu e cresce sem medidas de isolamento social. Não há o que negar que não há outra forma de combater o vírus ou de conviver com ele neste momento que não seja formas de isolamento e distanciamento.
Estas posições defendidas e discutidas de forma lúcida representam o dilema do poder público, da vida de todos nós, que de uma forma ou de outra está ligada a esta crise, a pandemia de coronavírus. Temos que colaborar de alguma forma.
O problema principal é a infantilização da particularidade. Do egoísmo da posição de algumas pessoas que a posição que defende se fundamenta exclusivamente em seus interesses pessoais. Uma forma imediatista e que se alimenta de seus prejuízos como prioridade para a definição da vida de todos a sua volta. A irresponsabilidade de estar em coletividade e não considerar os efeitos de medidas para atender uma minoria em detrimento da maioria.
Muito dos problemas que vivemos está neste tipo de postura. Aquela que maquia a verdade, manipula números, cria falsas lógicas, argumenta a pessoalidade como justificativa da coletividade. Estas ações são criminosas quando acabam se transformando em medidas de governos, de empresas, de entidades que representam um grande número de pessoas.
Não se combate uma crise com infantilidade. Porém, é nela que percebemos o quanto estamos rodeados de crianças birrentas e mimadas, que cresceram com o tempo, mas mantém uma mente infantil.