O prefeito de Maringá reclamou da Secretaria de Saúde que a cidade está sendo boicotada, recebeu menos dose do que deveria. Na última remessa, segundo Ulisses Maia, a cidade teria direito apenas a 30% das doses recebidas pela 15ª Regional de Saúde, sendo que a população maringaense representa mais de 50% da região.
Será que o prefeito está correto em sua análise?
O direito de reivindicar doses e chegar na frente na vacinação dá destaque. Enquanto Maringá estava na frente na vacinação do Estado e regional, a imagem da boa gestão também se destacava. Impossível, neste momento, desassociar uma coisa da outra. Todos os prefeitos estão na busca de fazer da vacinação um instrumento de prestígio político. Natural e esperado.
O governo paranaense respondeu ao prefeito afirmando que ninguém foi bloqueado ou teve preferência. De que o governo pretende vacinar todos por igual. E que não é hora de bravatas.
Logo, o governador e o secretário de Saúde do Paraná também querem seu quinhão de prestígio através da satisfação de todos os municípios do Estado. O poder tem um território e cada um disputa privilégio no seu. Não há nenhum ato absurdo na disputa pelo prestígio e a vacina como condição de fortalecimento político.
Quantos prefeitos no Paraná não buscam a mesma coisa? Serem reconhecidos como os responsáveis pela imunização da população é uma importante vitória política. Quem dera fosse uma constante a disputa por fazer o melhor para a população. Neste país, o que é mais comum, é a ausência do poder público no que é necessário. E, mesmo neste momento de pandemia, há quem deixe muito a desejar.