Estamos no “Setembro Amarelo”, mês em que lembramos da prevenção ao suicídio. O número de pessoas que tiram a própria vida aumentou no Brasil, 2,9%, na comparação de 2018 com 2019. Isto preocupa.
O tema já foi abordado por inúmeros cientistas sociais. O clássico Émile Durkheim, em sua obra “O Suicídio” considera duas formas deste ano, o altruísta e o egoísta. No primeiro a forma de expressar com o fim da própria vida um valor maior para a sociedade. Por mais que seja condenado pela história, os camicases na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) demonstraram o “amor a pátria” jogando seus aviões contra os navios norte-americanos. Já no segundo, o egoísta, as pessoas consideram que elas são o problema coletivo e sua morte aliviará a tensão das relações sociais onde está inserida, a perda do sentido da vida.
As relações sociais tem uma relação direta com o aumento do número de suicídios. Por mais que o tema é objeto de estudo de vários campos do conhecimento. Não podemos negar que o ambiente social pode se estimulador para o autoextermínio. A questão de quanto vale uma vida é relação direta com seu descarte or preservação.
A euforia é outro problema sério a ser encarado. Estamos na sociedade dos excessos e dos excessivos. Consideramos que a intensidade do sentimento não tem fim, porém, a perda desta intensidade por ser um problema. Da mesma forma que o excesso emotivo de forma negativa um veneno.
O equilíbrio deve ser cultuado. A maneira de entendermos que a vida é feita de ações e reações sem que tudo o que ocorra tem responsabilidade exclusivamente na particularidade. A vida é uma construção social. O ser humano está inserido em um meio. Isto deve ser referência vital ao analisarmos os fatores que levam a vida de cada um de nós a seguir um rumo ou outro.
Na sociedade do espetáculo, deixar de se o centro das atenções para algumas pessoas é um crime, buscar ser uma meta. O peso sobre o fracasso é excessivo como a euforia pelo sucesso. Perdemos a dimensão real do que a vida nos traz e a sua relação com as demais pessoas que estão a nossa volta.
Logo, se queremos combater o suicídio, temos que dar ao ser humano cada vez mais a sensação de pertencimento coletivo. Fazê-lo entender de que faz parte de uma totalidade. Condição em que pode dominar os seus atos e não os resultados derivados dele quando envolve mais pessoas. Da a cada um o peso que merece. Lembrar-mos que é desde a infância que o sentimento de pertencimento e de responsabilidade se cria e se equilibra. Garantir a afetividade como condição e não ser excessivo na demonstração do ódio, da repressão e da culpa. Porém, na mesma proporção, não fazer de ninguém o centro da vida social, da existência humana. Cada um é um e somos o que somos sempre juntos.